sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
JUSTIÇA A INVEJA
Inveja, às vezes eu me impressiono com o poder que essa palavra tem. Não o poder de causar estragos na vida do seu suposto alvo (a menos que o sentimento de inveja seja seguido de uma ação, senão, acaba sendo inofensivo). Mas o que me impressiona é o fato de usarem essa palavra como desculpa para tudo. É assustador o número de pessoas feias (por dentro também), ignorantes, pobres (de espírito também), mentirosas (para consigo também) citarem a inveja como subterfúgio para tentar aliviar os seus fracassos. Nesse caso, a inveja é inocente. A inveja, coitadinha, jamais se aproximou de tais pessoas. É, a inveja se ocupa em visar os bem sucedidos, os belos (por dentro também), os ricos (de espírito também) e os verdadeiros (para consigo também), enquanto alguns infelizes citam demasiadamente o seu nome em vão. Isso chega a ser uma afronta para a inveja e aos invejosos. Sim, uma total falta de respeito para quem é dotado de tão irrequieto desejo. Onde já se viu invejar alguém com múltiplos talentos para o fracasso?
Inveja, inveja e mais inveja, é tudo culpa dela. É ela, a inveja que nos subverte. Dentro desse contexto todo, é ver-se como alvo da inveja, quando na verdade você é o grande invejoso!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Miséria funcional.
Agora a moda é colocar fotos de miseráveis no Orkut. Imagens de pessoas literalmente morrendo de fome e cia da desgraça. Do que adianta expor imagens medonhas e não fazer nada para mudar essa realidade? Tentam passar a imagem de conscientes preocupados com o bem estar da humanidade, quando na verdade estão tentando ganhar "pontinhos" no céu numa negociação indireta com Deus. "Tá vendo, Deus, eu me preocupando com o meu semelhante? Não se esqueça, viu?".
De nada adianta você ter consciência de que algo está errado, se não faz nada que seja eficaz de fato para sanar ou ao menos amenizar o problema.
Noto em algumas pessoas que se fartam de conhecimento, exalam bons modos e que fazem de tudo para serem rotuladas de cultas (sim, algumas pessoas ainda gostam e dão importância a rótulos) uma inércia total, ou parcial. A total, essa não carece de explicação, mas a parcial é a que mais me irrita. É aí que está o grupinho dos que estão dispostos a negociar com Deus. São pessoas que se dizem conscientes de tudo o que acontece, mas são ágeis apenas quando se dispõem a tentar ajudar alguém do seu meio, neste caso, todo esforço é válido. Claro, os benfeitores necessitam do reconhecimento e até mesmo dos aplausos daqueles que estão no mesmo nível intelectual e cultural que eles, o "orgasmo" é múltiplo. E quanto a "negociação" com Deus? Oras, a resposta é simples: Uma cesta básica ou qualquer tipo de doação a um miserável serve?
Algumas pessoas batem no peito "pregando" o amor, quando na verdade o destina apenas a quem lhe convém (não dizem que o amor é incondicional?), mantendo-se distantes de quem explicitamente carece não só de cestas básicas e outros tipos de doações, mas também de amor e de terem suas dignidades resgatadas. Como fazer isso? Oras, tratando o outro com igualdade. Olhando-o diretamente nos olhos, e não percorrendo todo o seu corpo dos pés a cabeça reparando e reprovando as suas vestias. Quando eu digo tratar com igualdade, não se trata de ser educado e gentil, isso apenas não basta, mas sim, de se colocar no lugar do outro e, ao se ver no lugar dele, nada de auto-piedade, mas já que você se vê num patamar muito mais elevado que o dele, aponte e execute soluções, mas não para ganhar "pontinhos" com Deus ou para receber qualquer outro tipo de reconhecimento e muito menos fazer da miséria do outro uma terapia ocupacional.
Muito discurso e pouca boa vontade nos tornam hipócritas.
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